segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O Tamanho da Caridade


Nesses últimos dias eu venho percebendo e analisando como as pessoas julgam até mesmo quando fazem caridade. Afinal, qual o tamanho da sua caridade? Existe algum tipo de medição?

Eu creio que não.

O problema é que as pessoas têm essa péssima mania de ajudar só a quem é "muito sofredor". Alguns podem se perguntar: Como assim?! Eu explico... Sei disso por experiência, eu convivo com isso. Faço parte de alguns trabalhos de doação de alimentos, ajuda aos doentes e tudo mais.

O tipo de julgamento mais evidente é na distribuição de alimentos. As pessoas acham que aquele que é pobre deve andar sujo, desgrenhado, mal cheiroso e que deve ser raquítico ou, pelo menos, ter aquele olhar de piedade. Elas esquecem que os necessitados são tão gente como nós, e que quando os ajudamos, é só isso que representa: uma ajuda. No entanto, nos colocamos em uma posição de superioridade tão grande que chega a ser vergonhoso.

Pelo menos é isso que ocorre na cabeça da maioria das pessoas que eu já vi ensse tipo de trabalho. Uma senhora que recebia alimento vai deixar de receber por dar um pouco do mesmo ao filho que, embora não more mais com ela, também passa necessidade. Isso é um absurdo, pois a mulher está sendo prejudicada por querer ajudar um ente querido. Isso não deveria ser valorizado? Outro absurdo ocorreu quando ouvi da responsável pela distribuição dos alimentos que não doaria mais para uma das famílias da lista, porque ficou sabendo que a mulher dessa mesma família havia comprado camarão para comer, uma ÚNICA vez. "Nem eu como camarão..." Foi a desculpa dela.

Na minha opinião se trata de despeito e desrespeito com o trabalho. Quem pode garantir que a mulher não juntou dinheiro durante muito tempo para, numa data especial, comprar e preparar um mísero camarão. Só por ela receber ajuda significa que ela deve comer só o do pior. Ou quem sabe ela não comprou e ganhou de alguém?! Mas como a responsável disse que nem ela comia camarão, a outra também não poderá jamais comer. Afinal, como quem recebe ajuda pode ser "melhor" do que a pessoa que ajuda?

A solução é simples e antiga: Fazer o bem, sem olhar a quem. Não importa o que o outro faça com a sua doação, o que importa é que você doe. É tudo um grande trabalho, onde você se torna uma peça dessa engrenagem e qualquer problema que houver vai gerar um resultado não satisfatório. O responsável arcará com as consequências, inevitavelmente, até todas as questões serem solucionadas. Se eu faço a minha parte doando, eu estou no meu caminho certo. O que recebe, se estiver sendo leviano, a responsabilidade e a consciência serão dele. Um dia TODOS sentirão o peso dos próprios atos.

Não sou eu que devo julgá-lo por ser leviano, estaria brincando de Deus nesse caso. O Patrão lá de cima vê todos os seus funcionários. Eu sinto que se continuarmos usando essa "fita-métrica da caridade" nos outros, daqui a pouco estaremos formando uma fila e perguntando a cada um deles: O que você tem na sua casa? Vou olhar sua geladeira, hein! Não, você não vai receber porque você só é meio pobre... rs

Portanto minha gente, guardem as fitas métricas, o orgulho e coloquemos a mão na massa sem nos importar se o outros falham na parte que os compromete. A caridade verdadeira não é aquela para se gabar, para se mostrar superior a alguém... mas um trabalho de doação e conscientização. E, por humilde opinião, sou eu quem mais aprende nisso tudo.

E como diria madre Tereza de Calcutá: "Quando julgamos alguém, não temos tempo para amá-lo." /fikadika

terça-feira, 14 de julho de 2009

Desvio...


O que é o caminho oculto? Por que oculto, se nossos olhos estão bem abertos? O que significa, então, o fato dele nos ser ocultado?

Simples.

Nos últimos sábados eu venho me deparando com um texto chamado "O Caminho Oculto". Nome muito curioso, sujeito a diversas interpretações (assim como tudo na vida). Basicamente se trata de um texto infantil, porém revelou-me conter valores e idéias fundamentais para entender o caminho da vida.

Nos deparamos com situações que não queremos nos deparar. Fugimos de acontecimentos que não queremos vivenciar. Não enxergamos tudo aquilo que não queremos ver. Mas não podemos negar que eles existiram e sempre vão existir. Por que fugir? Qual o medo em nos depararmos em algo que não é perfeito ou é tachado pela sociedade como incorreto? Quem está errado?

Costumamos sempre culpar a sociedade. Mas quem compõe a sociedade? Nós fugimos dos problemas para não tê-los para nós. Afinal, o homem faz a sociedade ou a sociedade faz o homem? Seremos sempre bonecos manipuláveis ou somos agentes que contribui para esse sistema que tanto repudiamos?

Mentira.

Devemos perceber que esse é o desvio. O caminho oculto é aquele que podemos ver, mas preferimos não seguir. É o caminho onde a nossa consciência nos alerta ser o certo, mas preferimos vacilar. Preferimos culpar o outro, as circunstâncias, o grupo... Somente o raciocinar permitirá que pensemos por conta própria. Entendendo minhas ações e reações, compreendendo que erro por impulso, sei que estou errando e sei que posso concertar, e mais, sei que posso começar a melhorar. Apenas dessa forma não nos desviaremos do caminho certo, entendendo que o meio influencia meus atos, mas fui eu quem decidiu cometê-los...

E como diria Divaldo Franco, em uma de suas entrevistas: "O ato do próximo é de sua inteira responsabilidade, o meu ato é exclusivamente minha responsabilidade".