quarta-feira, 19 de maio de 2010

Preconceito Paternalista!


É sempre importante estarmos buscando coisas novas, até mesmo para entendermos melhor nossas atitudes. Conversando com uma amiga, da graduação em Serviço Social, um assunto entrou em debate: Preconceito. A idéia de uma imagem pré-concebida, e toda aquela mesma história já se tornaram muito batida nas discussões da sociedade. É claro, não quero dizer que seja mentira, o que de fato não é, mas não se trata apenas disso. Existem variações de preconceito que estão arraigadas na sociedade.

A idéia do preconceito surge a partir de uma imagem de ideal. Ao delimitar essa imagem, tentamos enquadrar cada pessoa aos seus padrões. A partir do momento que essa distorção é muito relevante na visão subjetiva de cada um, teremos o estranhamento daquele ser. É nesse momento que o preconceito começa a aparecer. Isso vem desde criança, desde o imaginário do mundo fantasioso dos contos de fadas (com seus príncipes, princesas e glórias). Já é associado ao ser humano desde sua infância buscar um mundo ideal, que obviamente, nunca vai existir.

Em outras palavras, é a partir desse modelo que criamos nossos preconceitos e estimas. O preconceito também faz parte da própria pessoa que a sofre, pois esta também cria seu imaginário ilusório. Com isso temos a formação da baixa auto-estima, que pode acarretar em doenças como compulsão, o stress e até mesmo a depressão.

Isso são termos técnicos.

A partir de agora vamos associar a ação nossa como indivíduos de uma sociedade, e as nossas atitudes preconceituosas. Sim, carregamos um dos piores e mais cruéis preconceitos que existem. Este recebe a denominação de Preconceito Paternal. O que seria isso?! Quando incluímos um indivíduo fora dos padrões dentro do grupo, por questões de “solidariedade” ou para sermos “politicamente corretos”.

Mas, no fundo, aquela pessoa nunca estará inserida dentro daquele grupo. Nunca fará as mesmas atividades. Nunca terá a mesma rotina. Ela pertence ao grupo, e está inserida dentro do contexto, mas como se o seu papel fosse meramente ilustrativo. Nós nos colocamos numa posição superior, a fim de auxiliar estas pessoas, mas não tiramos o caráter inferior que a impusemos.

È puro assistencialismo.

Não somos bons por tentar ajudar um cego a atravessar a rua. Não somos bons ao visitarmos um hospital do câncer ou de hanseníase, apenas com os produtos que eles necessitam. Não! Estamos apenas prestando uma assistência. Mas qual de nós já lutou pelos direitos daquelas pessoas?! Qual de nós já buscou melhorias para elas?! Se o problema não for nosso, ou de alguém muito querido e próximo, não há problema algum. É muito fácil se emocionar e torcer por uma cadeirante que mora no Leblon, com todo um contexto bonito e trabalhado dentro de uma novela. Mas a realidade não é essa.

Não se enganem... somos Paternalistas. Fingimos não termos preconceitos, fingimos sermos bons, mas nós pouco fazemos pelos outros. No fim, uma pessoa portadora de necessidade especial, está sozinha na batalha.